terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Hoje tem dedicatória

Olá de novo:
Hoje isto vai ter dedicatória.
Passo a explicar.
Por muito que o neguemos ou que queiramos esconder, existe um momento na vida em que ela mesma dá uma volta, de quantos graus não sei. A maioria de nós adultos, homens e mulheres, fomos, somos ou seremos pais. E essa felicidade que se sente naquele primeiro momento mágico em que se descobre que, fruto de um acto pensado e amado, uma vida começa a dar os seus primeiros trémulos passos, não tem par pelo resto da vida fora. Ser pai ou mãe só não é maravilhoso para aqueles que, por vicissitudes diversas, não o desejavam ou então, para aqueles que não sabem respeitar a nova vida que desponta.
Outras pessoas existem na minha vida que mereciam estar nestas dedicatórias, mas, pelo cunho muito pessoal dos versos que lhes fui dedicando, não cabem num blog que se quer público e, por isso, menos privado que o conveniente. Mas o meu filho merece que lhe dedique estas linhas, publicando dois dos poemas mais significativos que lhe dediquei.
O primeiro é de 1998 e foi talvez das primeiras coisas que ele leu de seguida.

Luís Eduardo, meu filho querido
Um traquina muito sabido
Inteligente, ladino e teimoso
Sempre meigo e por chupas guloso.

És uma das razões do meu viver
Dado que outro será a mãe, está bem?
Uma criança especial e sem par.
Ainda não és homem mas vais ser,
Recordando isto quando fores alguém,
Danadinho sempre por brincar
O pequeno grande amigo deste pai baboso.


O segundo dispensa datas e para quem como ele me conhece saberá da data da sua feitura. A TI LUÍS.

A vida complicou-se e muito,
A encruzilhada é grande e penosa,
Apenas tendo os espinhos da rosa,
Tendo de descobrir das vicissitudes o intuito.

Se fosse ministro resignava,
Se fosse atleta desistia,
Se fosse bebé adormecia,
Só para não enfrentar o que me trava.

Mas não sou ministro, por isso persisto,
Não sou atleta, por isso continuo correndo,
Mantenho-me acordado, sofrendo
Por ti, razão pela qual resisto.

És o ser do meu ser,
Aquilo que sempre quis a meu lado.
E, se hoje de ti estou separado,
Foi por respeitar o teu querer.

Ajuda-me a sofrer este momento,
Sofre a meias com o teu pai,
como a árvore que abana e não cai.
No futuro, o hoje será apenas um lamento.

E ao recordares um dia
Este episódio sofrido da vida,
Verás que tudo tem sempre saída
Se o passares com boa companhia.


Permito-me, antes de terminar, pedir-vos que dêem atenção à diferença de linguagem que é preciso usar entre o discurso para uma criança de 6 anos e o outro para uma outra já mais velhita.
Prontos. Desculpa puto pela inconfidência mas tinha de ser.
Um abraço dos nossos.

2 comentários:

Anónimo disse...

obrigado pai
gostei muito
escreves mesmo bem
sinceramente ja nao me lembrava do poema (bonequinho corado)
abraço grande

Anónimo disse...

nao é prontos é pronto. :)
esta muito bonito o meu pai tambem me escrevia dedicatórias todos os meses desde que nasci até ter feito um ano, e apartir dai em todos os meus aniversários. por isso digo que está bonito e sabe sempre bem ouvir palavras carinhosas dos pais.