Ora vamos lá continuar.
Hoje deixo aqui três poemas que são o exemplo das brincadeiras que gosto de fazer. Espero que gostem.
O primeiro foi dedicado a um Major que comigo trabalhou e me fez o favor de ensinar algumas coisas que ainda hoje aplico, com sucesso, na vida militar. Bem haja Major Jorge Eusébio.
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JORGE EUSÉBIO
Já lá vão alguns anos,
Orientado por uma força sublime.
Recrutado e cursado,
Ganhou asas, voou firme
E aterrou, de tanto voar, cansado.
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Ei-lo agora de alma nova,
Uma ave em plena liberdade.
Sabe o que fazer e para onde ir.
É para desistir? Uma ova!
Bater asas e sair,
Indo de encontro a uma ansiedade:
"O voar só por voar e não para partir".
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O seguinte foi feito na despedida de mais um exercício, no qual foi promovido a Capitão, com os meus galões, um dos melhores amigos que fizeram o favor de se intrometer na minha vida. Filipe Azinheira OBRIGADÃO. Falo também de outras pessoas de quem destaco o, na altura, Tenente-Coronel Torres Ferreira, HOMEM com as letras todas grandes.
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LUSÍADA 98
Lá viemos nós, outra vez.
Uma sina que continua.
Saímos para esta dormida na rua
Imitando nómadas e antepassados.
Ainda que, não sendo boa rez,
Damos connosco criando bons bocados,
Andando sempre com a ideia para além da Lua.
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Não conhecíamos alguns elementos:
Os barbas, Coelho e Leal,
Velhos como o Azinheira, especial
E o Mendes algarvio, bons mas muito lentos.
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Outro falta mencionar,
Indo muito para além do vulgar:
Torres Ferreira o nome, HOMEM por condição.
Obrigado a todos, a si um abração.
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O último por hoje foi dedicado ao pessoal do Agrupamento Delta que comigo passou muito do seu tempo no Kosovo e que se encontrava em Tessalónica para o regresso, onde o escrevi nas costas da factura do restaurante onde jantámos e cantámos umas fadistices. A vós militares do DELTA obrigado por tudo o que proporcionaram.
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TESSALÓNICA
Tudo quanto vivemos
Está gravado na nossa memória.
Sempre, de tudo, tivemos.
Só nos resta ficarmos na História.
Ainda que coisas nos digam,
Lá, onde nos encontrarmos,
Onde recordaremos o nosso ser,
Nunca poderão de nós dizer
Isso de nunca acertarmos.
Comunicando, de certeza nos ligam.
A História é a nossa VICTÓRIA.
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E deixo-vos também a carta de despedida que escrevi a esse mesmo Agrupamento aquando da despedida deles do Teatro Operacional do Kosovo. Pouco vos dirá este espaço do blog, mas é também uma forma de vos dar a conhecer a minha faceta mais virada para as coisas militares, que não deixam de ser criações deste que vos escreve.
ATÉ SEMPRE DELTA
É chegada a hora da vossa partida, para nós que ficamos, a missão é a de continuar a honrar a Bandeira Nacional, no mínimo, tão bem como todos os Militares do agrupamento Delta fizeram. Vai-nos na alma um sentimento misto de alegria e tristeza. Alegria por sabermos que, finalmente, o regresso ao lar em Portugal se vai concretizar para os homens e as mulheres do DELTA. Tristeza por vermos partir gente valorosa que muito bem soube dignificar o nome da nossa Pátria.
Vocês souberam ser o garante da segurança na AOR que vos estava atribuída, pelo modo como levavam a cabo as operações que vos foram distribuídas. Souberam fazer-se respeitar e admirar pelas gentes locais, pelo saber estar tão comum ao Homem Português. Ao fim e ao cabo souberam fazer jus ao vosso lema: "COMO A RAZÃO E A ORDEM CONCERTAVAM".
Tal como vós, também nós queremos fazer do nosso lema: "EX MERO MOTU", a nossa razão de existência neste Teatro de Operações. Será através da nossa motivação e do nosso querer, agora ainda mais que ficamos isolados nesta localidade de Klina, que tentaremos manter o nível por vós demonstrado nesta missão.
Obrigado por terem sido, de nós, os companheiros. Sem vós teríamos ficado sem apoio de qualquer espécie e, muito mais importante que isso, não nos teríamos sentido como se estivéssemos em Portugal. Foi isso que nos proporcionaram também: o sentir que, onde há Portugueses, é Portugal, independentemente do local onde isso se verifique.
Os votos desta Equipa de TACP, para todos os Militares componentes do Agrupamento DELTA, são os de um bom regresso. Que encontrem bem tudo o que deixaram para trás há mais de oito meses e que vão sempre recordando os bons momentos, as amizades e o respeito angariados por entre as gentes kosovars e, sobretudo, a satisfação de um dever muito bem cumprido.
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Até à próxima e façam o favor de tentar gostar.
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