QUE MAL FIZ EU?
Estou a começar a sentir o isolamento dos viajantes,
Para lá e para cá sem rumo certo,
Temia que isto viesse a acontecer,
Mas tão depressa não, sou franco.
Tudo o que tinha ficou para trás, sem concerto.
E agora, defronte desta página em branco,
Queria voltar ao que era antes,
Mas apenas consigo ser o que tenho de ser.
O trabalho é estranho, o isolamento prolongado,
A distância é longa, o silêncio mata,
A vida é difícil, a ilha pequena,
As pessoas são boas mas ando isolado por entre a gente.
A mente, a razão não acata
O coração finge que não sente mas sente.
Ando por aí, de lado para lado
Em busca de uma existência mais amena.
A impotência para mudar as coisas cresce a cada passo,
A cada minuto melhor entendo este meu fado
De ter o futuro risonho de um camafeu
Sem utilidade ou beleza que se note.
Se hoje não estou a vosso lado
Deve ser porque pertenço a esse lote
Que congrega em si o falso aço.
Mas respondam-me: “Que mal fiz eu?”
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