segunda-feira, 31 de março de 2008

A PORTUGAL

AQUI, SOFRI (a PORTUGAL)

Estou farto de levar às costas o Mundo
Sendo sempre minha a responsabilidade de sempre acertar.
Adorava que, neste pedaço de terra imundo,
Alguém, desinteressadamente, me pudesse ajudar
A retirar disto tudo o pensamento mais profundo:
Estamos aqui para a Pátria valorizar,
Ir, sempre que nos permitir a força, mais fundo
Permitir que os timorenses tenham a paz em seu lar.

Mas a moeda de troca que nos obrigaram a ser,
Como todas, tem um reverso amargo e doloroso:
Deixamos para trás quem nos quer,
Enveredamos pelo caminho mais perigoso,
Tentamos tudo bem resolver.
Só que alguém de pensamento preguiçoso
Apenas diz: "Belas férias ireis ter"
Esquecendo um cumprimento mais honroso.

E tu que lês este poema triste e deprimente,
Acharás curioso que nele não fale de ti.
É que, para mim, seria sofrer completamente
Poder pensar que alguém de quem parti,
Pudesse vir cá ter com a gente
Para que, a partir deste mesmo aqui,
Divisasse pura e claramente,
O que por ti eu sofri.

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