Olá pessoal.
Grande ausência a minha.
Mas não me esqueci do prometido.
Volto a pôr aqui alguns escritos meus.
Por vezes escrevi sem rimar. Noutras vezes fiz rimas estranhas. Noutras ainda nem sequer cuidei a escrita. Mas estes três poemas que vos deixo hoje, escritos entre os meus 18 e 22 anos, têm muito a ver comigo e com o que sou e com o modo como sinto as coisas. São tristes como triste tem sido esta vida que tenho vivido, sempre em luta por algo, sem descanso. Por vezes queria ser um empregado que trabalha das 09h00 às 17h00 e depois casa sem chatices. Mas até para isso não tenho feitio. Alguém já me chamou passarinho por aí nos comentários. Se calhar até sou, mas daqueles que precisa de algo muito mais largo que uma gaiola. Serei talvez uma tutinegra açoriana, livre até ao ponto de viver numa ilha. Livre dentro de uma grande prisão.
Aqui vão os tais poemas postos aqui cronologicamente sem mais comentários.
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É ISTO A MINHA VIDA
É isto a minha vida:
para lá e para cá
sem rumo certo;
solidão na juventude;
vida-deserto.
Droga não quero;
amor não tenho;
paz não há;
compreensão não desdenho,
compreensão que não tenho.
Nada, nada e mais nada.
Tudo é nada na minha vida.
Isolado no Mundo,
e que Mundo?!
Tudo que não tenho
nada que tenha valor;
tudo, que não há na minha vida;
tudo e nada que, para mim,
é igual a nada, porque nada tenho,
é isto a minha vida.
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MORTE
Será a morte o deixar de respirar?
se fosse isso, o espírito morreria também?
Será o fechar de olhos para não mais os abrir?
Se fosse isso, um cego estaria morto.
Será, simplesmente, o acabar?
Se fosse isso o Mundo seria incompleto.
Será o pôr tudo de lado?
Se fosse isso, os ausentes de vontade estariam mortos.
Será a morte a solidão?
A confusão?
A guerra?
Sim, isso talvez.
Mas não será antes
um despertar para a vida?
não será a procura de uma vida
melhor que esta a que estamos sujeitos?
Não será a morte a sociedade em que vivemos?
Tu, que lês este poema,
acharás a morte boa em face disto.
Mas, se queres um conselho,
não precipites as coisas.
Deixa correr a vida
e verás que, afinal,
a morte é uma continuação,
para melhor ou pior não sei,
dela que te aborrece;
que não passa de um rotina;
sim, dela, da vida.
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É ISTO QUE EU SOU
Sou um falhado,
sou um cretino,
sou um estúpido,
sou afinal um nada,
um zero à esquerda,
um Zé ninguém,
sou tudo de pior.
Sou uma merda.
Para quê provar o contrário?
Para quê dizer que não?
Poderia matar-me
mas, até isso, não sou capaz de fazer.
Mãe tens razão:
não faço nada que tenha valor.
Mas, até que enfim,
alguém me disse porquê:
Apenas sou Luís Castro.
Até breve
segunda-feira, 23 de março de 2009
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